[Livro X Filme] Percy Jackson e O Ladrão de Raios


Livro

Autor: Rick Riordan
Editora: Intrí­nseca
Ano de Lançamento: 2008
Número de páginas: 400









Filme

Ano de Lançamento : 2010 (1h59min)
Produção: Fox 2000 Pictures 
Dirigido por: Chris Columbus
Roteiro: Rick Riordian, Chris Columbus
Elenco: Logan Lerman, Brandon T. Jackson, Alexandra Daddario, Pierce Brosnan
Gênero: Fantasia, Aventura
Nacionalidade: EUA





(Atenção: Este post contém spoilers!)


Sinopse 

Primeiro volume da saga Percy Jackson e os Olimpianos, O Ladrão de Raios esteve entre os primeiros lugares na lista das séries mais vendidas do The New York Times. O autor conjuga lendas da mitologia grega com aventuras no século XXI. Nelas, os deuses do Olimpo continuam vivos, ainda se apaixonam por mortais e geram filhos metade deuses, metade humanos, como os heróis da Grécia antiga. Marcados pelo destino, eles dificilmente passam da adolescência. Poucos conseguem descobrir sua identidade.
O garoto-problema Percy Jackson é um deles. Tem experiências estranhas em que deuses e monstros mitológicos parecem saltar das páginas dos livros direto para a sua vida. Pior que isso: algumas dessas criaturas estão bastante irritadas. Um artefato precioso foi roubado do Monte Olimpo e Percy é o principal suspeito. Para restaurar a paz, ele e seus amigos - jovens heróis modernos - terão de fazer mais do que capturar o verdadeiro ladrão: precisam elucidar uma traição mais ameaçadora que a fúria dos deuses.


Resenha

Sempre fui fascinada por mitologia greco-romana, sempre achei deslumbrante todos aquele deuses e seres mitológicos, mas, o que sempre despertou mais minha atenção foram os semideuses, como Aquiles, Hércules, Perseu, Teseu, Minos... A idéia de que os deuses tiveram filhos com mortais gerando crianças dotadas de poderes que se tornavam heróis sempre foi incrível. 
A primeira vez que ouvi falar de Percy Jackson foi um pouco antes de lançar o filme O Ladrão de Raios, fiquei bastante interessada nos livros quando soube que falava sobre semideuses vivendo aventuras em pleno século XXI.
Meu primeiro contato com a saga foi através do filme, comprei o DVD e assim que assisti fiquei fascinada com a história, em seguida comprei o segundo livro: O Mar de Monstros , estava ansiosa pela continuação da história, mas quando comecei a ler o segundo livro percebi que haviam muitas coisas (importantes, por sinal) que o filme omitiu e que tornava um pouco difícil a compreensão da trama. Então resolvi "começar do começo" e ler o livro um, lendo eu descobri que a aventura é muito mais fascinante do que no filme, e que além não mostrar muitas coisas, a adaptação para cinema modificou bastante a história original.
As minhas partes favoritas da história o filme não exibiu, então eu vou compartilhar com vocês, e vou fazer algumas comparações entre o livro e o filme.
Bem, pra começar os personagens Percy Jackson (filho de Poseidon, deus dos mares) e Annabeth Chase (filha de Atena, deusa da sabedoria) tem 12 anos de idade, Annabeth é descrita por Percy por uma linda garota de olhos cinzas com cabelos loiros e encaracolados como os de uma princesa. No filme eles não aparentam ter 12 anos e Annabeth definitivamente não é loira. Uma das minhas 'cenas' favoritas acontece logo no início da trama, quando Percy dá um banho de água da privada em Clarisse (filha de Ares, deus da guerra) : Quando Percy chega ao Acampamento meio-sangue (um acampamento para refugiar e treinar jovens semideuses) após perder sua mãe e salvar a vida do seu amigo Grover (um sátiro, metade homem metade bode) ele desmaia a acorda dias depois sem entender bem o que estava acontecendo e com Annabeth fazendo perguntas que ele não sabia responder. Ele recebe algumas vagas explicações sobre o que houve e quem ele é, e Annabeth (que diferente do filme ela se torna amiga dele, o trata com grosseira, mas não é porque ela o odeie, eles vivem brigando sempre) o conduz ao  chalé de Hermes (deus dos viajantes) onde ele foi acomodado  pois ainda não sabem de que deus ele é filho, é lá é onde ele conhece Luke Castelhan (filho de Hermes) que se também se mostra bastante hospitaleiro. Em seguida ele segue em um "tour" pelo acampamento com Annabeth onde ela conversa com ele explicando melhor quem ele é, durante o passeio eles encontram Clarisse que começa a provocá-lo e dai... É melhor vocês lerem o trecho do livro:

– Ora, ora! Um novato!Eu dei uma olhada. A menina grandalhona do chalé feio e vermelho vinha andando lentamente em nossa direção. Havia três outras meninas atrás dela, todas grandes, feias e de aparência malvada como ela, todas usando casacos camuflados.– Clarisse – suspirou Annabeth –, por que você não vai polir sua lança ou coisa assim?– Claro, Srta. Princesa – disse a grandalhona. – Para poder atravessar você com ela na sexta-feira à noite.– Erre es korakas! – disse Annabeth, o que eu de algum modo entendi que era “Vá para os corvos!” em grego, embora tivesse a sensação de que devia ser uma praga pior do que parecia. – Você não tem chance.– Vamos transformá-la em pó – disse Clarisse, mas seu olho se crispou. Talvez ela não tivesse certeza de poder cumprir a ameaça. Voltou-se para mim. – Quem é esse nanico?– Percy Jackson – disse Annabeth –, esta é Clarisse, filha de Ares.Eu pisquei.– Tipo... o deus da guerra?Clarisse sorriu desdenhosa.– Você tem algum problema com isso?– Não – disse eu, recobrando minha presença de espírito. – Isso explica o mau cheiro.Clarisse rosnou.– Nós temos uma cerimônia de iniciação para novatos, Persiana.– Percy.– Seja o que for. Venha, vou lhe mostrar.– Clarisse... – Annabeth tentou dizer.– Fique fora disso, espertinha.Annabeth pareceu ofendida, mas ficou de fora, e eu realmente não queria a ajuda dela.Eu era o novato. Tinha de construir minha própria reputação.Entreguei a Annabeth meu chifre de minotauro e me preparei para a luta, mas antes que eu percebesse Clarisse tinha me segurado pelo pescoço e me arrastava na direção de um edifício de blocos de concreto que percebi imediatamente que era o banheiro.Eu chutava e dava murros no ar. Já tinha estado em muitas brigas antes, mas aquela Clarisse grandalhona tinha mãos de ferro. Arrastou-me para dentro do banheiro das meninas. Havia uma fileira de vasos sanitários de um lado e uma fileira de chuveiros do outro. Cheirava como qualquer banheiro público, e eu estava pensando – tanto quanto podia pensar com Clarisse me arrancando os cabelos – que se aquele lugar pertencia aos deuses, eles deviam poder comprar privadas melhores.As amigas de Clarisse estavam todas rindo, e eu tentava encontrar a força que usara para enfrentar o Minotauro, mas ela simplesmente não estava lá.– Como se ele fosse dos “Três Grandes” – disse Clarisse, me empurrando em direção a um dos vasos. – Certo. O Minotauro provavelmente caiu na risada, de tão bobo que ele parecia.As amigas abafaram o riso.Annabeth ficou no canto, observando através dos dedos.Clarisse me forçou sobre os joelhos e começou a empurrar minha cabeça para dentro do vaso sanitário, que fedia a canos enferrujados e, bem, ao que vai para dentro de vasos sanitários. Fiz esforço para manter a cabeça erguida. Estava olhando para a água imunda e pensando: eu não vou enfiar a cabeça naquilo. Não vou.Então algo aconteceu. Senti uma pressão violenta na boca do estômago. Ouvi os encanamentos roncando, os canos estremeceram. A mão de Clarisse no meu cabelo afrouxou. A água pulou para fora do vaso, formando um arco por cima da minha cabeça, e em seguida me vi estatelado sobre os ladrilhos do piso do banheiro com Clarisse berrando atrás de mim.Eu me virei bem no momento em que a água explodiu para fora do vaso outra vez, atingindo Clarisse bem no rosto com tanta força que a fez cair de traseiro no chão. A água continuou jorrando em cima dela como o jato de uma mangueira de incêndio, empurrando-a para trás, para dentro de um boxe de chuveiro.Ela se debateu, esbaforida, e as amigas começaram a ir em sua direção. Mas então os outros vasos também explodiram, e mais seis jorros de água de privada as empurravam de volta. Os chuveiros também entraram em ação e, em conjunto, todos os dispositivos lançaram as meninas camufladas para fora do banheiro, fazendo-as rodopiar como pedaços de lixo sendo removidos com jatos d’água.Assim que elas foram postas porta afora, sentia a pressão nas minhas entranhas se aliviar, e a água parou de jorrar tão depressa quanto começara.O banheiro inteiro estava inundado. Annabeth não tinha sido poupada. Estava toda molhada e pingando, mas não fora empurrada para fora. Estava de pé exatamente no mesmo lugar me olhando em estado de choque.Olhei para baixo e me dei conta de que estava sentado no único ponto seco em todo o recinto. Havia um círculo de piso seco em volta de mim. Não havia nem uma gota d’água nas minhas roupas. Nada.Levantei com as pernas trêmulas.
Depois do acontecido, Annabeth decide que Percy vai ficar em seu time para capturar a bandeira (um jogo do acampamento) que também é o mesmo time de Luke, diferente do filme que Percy fica com Luke numa equipe oposta a de Annabeth e ela quase o mata. No livro Percy, Luke, Annabeth são do mesmo time e precisam vencer o time de Clarisse, o que não seria uma tarefa fácil, mas com a ajuda de Percy eles conseguem vencer e em seguida Poseidon o reclama como filho. Segue o trecho: 


Quíron bateu o casco no mármore.– Heróis! – anunciou. – Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não podem ser amarrados ou amordaçados. Não é permitido matar nem aleijar. Servirei de juiz e médico do campo de batalha. Armem-se!Ele estendeu as mãos e as mesas subitamente se cobriram de equipamentos: capacetes, espadas de bronze, lanças, escudos de couro de boi recobertos de metal. [...]Annabeth gritou:– Equipe azul, para frente!Aplaudimos e agitamos nossas espadas, e a seguimos para baixo pelo caminho para os bosques do sul. A equipe vermelha gritou nos provocando enquanto seguia em direção ao norte.Consegui alcançar Annabeth sem tropeçar em meu próprio equipamento.– Ei!Ela continuou marchando.– Então, qual é o plano? – perguntei. – Tem alguns itens mágicos para me emprestar?A mão dela se desviou para o bolso, como se estivesse com medo de que eu roubasse alguma coisa.– Só digo para ter cuidado com a lança de Clarisse. Você não vai querer que aquela coisa toque em você. Fora isso, não se preocupe. Vamos tomar a bandeira de Ares. Luke determinou sua tarefa?– Patrulha de fronteira, seja lá o que isso for.– É fácil. Fique junto ao riacho, mantenha os vermelhos longe. Deixe o resto comigo. Atena sempre tem um plano.Ela seguiu adiante, me deixando na poeira.– Certo – murmurei. – Fico contente por me querer na sua equipe. [...]Longe, a trombeta de caramujo soou. Ouvi brados e gritos nos bosques, metais chocando-se, gente lutando. Um aliado de Apolo de penacho azul passou por mim correndo como um cervo, pulou o regato e desapareceu em território inimigo.Essa é boa, pensei. Vou ficar de fora da diversão, como sempre.Então ouvi um som que me deu um calafrio na espinha, um rosnado canino grave em algum lugar por perto.Ergui o escudo instintivamente; tinha a sensação de que alguma coisa estava me espreitando.Então o rosnado parou. Senti a presença recuando.Do outro lado do regato, a vegetação rasteira explodiu. Cinco guerreiros de Ares saíram gritando e berrando da escuridão.– Acabem com o Mané! – berrou Clarisse. [...] Consegui me esquivar do golpe do primeiro garoto, mas aqueles caras não eram estúpidos como o Minotauro. Eles me cercaram, e Clarisse investiu contra mim com sua lança. Meu escudo desviou a ponta, mas senti um formigamento doloroso em todo o corpo. Meus cabelos se eriçaram. O braço que segurava o escudo ficou dormente e o ar queimou.Eletricidade. Aquela lança estúpida era elétrica. Eu recuei.Outro cara de Ares me golpeou no peito com a parte mais grossa da espada e eu caí. Eles podiam ter me chutado até eu virar geleia, mas estavam muito ocupados rindo.– Façam um corte no cabelo dele – disse Clarisse. – Agarrem o cabelo dele.Consegui me pôr de pé. Ergui a espada, mas Clarisse a jogou violentamente para o lado com sua lança, e fagulhas voaram. Agora meus braços estavam dormentes.– Ah, uau! – disse Clarisse. – Estou com medo desse cara. Realmente apavorada.– A bandeira está para lá – disse a ela. Queria parecer zangado, mas acho que não consegui.– É – disse um dos irmãos dela. – Mas, veja bem, nós não nos importamos com a bandeira. A gente se importa com um cara que fez o pessoal do nosso chalé de idiota.– Vocês não precisam de mim para isso. – Provavelmente não foi a coisa mais esperta a dizer.Dois deles vieram para cima de mim. Recuei em direção ao regato, tentei erguer meu escudo, mas Clarisse era muito rápida. Sua lança me pegou bem nas costelas. Se eu não estivesse usando uma armadura blindada, teria virado churrasco no espeto. Do jeito que foi, a ponta elétrica quase fez meus dentes saltarem da boca com o choque. Um de seus colegas de chalé desferiu a espada contra o meu braço, fazendo um bom talho. [...] Ele me empurrou para o regato e eu caí espalhando água. Todos riram. Calculei que assim que acabassem de se divertir eu iria morrer. Mas então algo aconteceu. A água pareceu despertar meus sentidos, como se eu tivesse acabado de comer um saco duplo das jujubas da minha mãe.Clarisse e seus companheiros de chalé entraram no regato para me pegar, mas eu me pus de pé para recebê-los. Sabia o que fazer. Desferi a parte chata da minha espada contra a cabeça do primeiro cara e arranquei seu capacete. Atingi-o com tanta força que pude ver seus olhos tremendo enquanto ele desmoronava na água.O Feio Número 2 e o Feio Número 3 vieram para cima de mim. Golpeei um no rosto com o escudo e usei a espada para decepar o penacho da crina do outro. Os dois recuaram depressa. O Feio Número 4 não pareceu muito ansioso para atacar, mas Clarisse continuava vindo, a ponta da lança crepitando de eletricidade. Assim que ela investiu, peguei a vara da lança entre a borda do meu escudo e a minha espada, e a parti como se fosse um graveto.– Ah! – berrou ela. – Seu idiota! Seu verme com bafo de cadáver!Ela provavelmente ainda teia dito coisas piores, mas eu a golpeei entre os olhos com a base da espada e a joguei cambaleando de costas para fora do regato.Então ouvi gritos exultantes, e vi Luke correndo em direção à linha limite com o estandarte da equipe vermelha erguido alto. Vinha flanqueado por alguns garotos de Hermes, cobrindo a sua retirada, e alguns Apolos atrás dele, combatendo os garotos de Hefesto. O pessoal de Ares se levantou e Clarisse resmungou uma praga estupefata.– Uma armadilha! – berrou. – Foi uma armadilha.Eles saíram cambaleando atrás de Luke, mas era tarde demais. Todo mundo convergiu para o regato enquanto Luke atravessava para território amigo. Nosso lado explodiu em vivas. O estandarte vermelho tremulou e ficou prateado. O javali e a lança foram substituídos por um enorme caduceu, o símbolo do chalé 11. Todos da equipe azul ergueram Luke nos ombros e começaram a carregá-lo. Quíron saiu a meio galope do bosque e soprou a trombeta de caramujo.O jogo terminara. Tínhamos vencidos.Eu estava prestes a me juntar à comemoração quando a voz de Annabeth, bem a meu lado no regato, disse:– Nada mau, herói.[...]Então ela reparou no braço ferido:– Como arranjou isso?– Corte de espada – disse eu. – O que você acha?– Não. Era um corte de espada. Olhe só.O sangue se fora. No lugar do rasgo enorme havia uma longa cicatriz branca, e mesmo estava desaparecendo. Enquanto eu olhava, ela se transformou em uma cicatriz pequena e sumiu.– Eu... eu não entendo – disse.Annabeth raciocinava com empenho. Eu quase podia ver as engrenagens girando. Ela baixou os olhos para os meus pés, depois para a lança quebrada de Clarisse e disse:– Saia da água, Percy.– O que...– Apenas saia.Saí do regato e logo me senti extremamente cansado. Meus braços começaram a ficar dormentes de novo. Minha descarga de adrenalina me abandonou. Quase caí, mas Annabeth me segurou.– Oh, Styx – praguejou ela. – Isso não é bom. Eu não queria... Eu pensei que podia ser Zeus...Antes que eu pudesse perguntar o que ela queria dizer, ouvi o rosnado canino de novo, porém muito mais perto. Um uivo cortou a floresta.A comemoração dos campistas cessou imediatamente. Quíron bradou alguma coisa em grego antigo que eu, só mais tarde me daria conta, tinha entendido perfeitamente:– Preparem-se! Meu arco!Annabeth sacou a espada.Sobre as pedras, logo acima de nós, havia um cão preto de tamanho de um rinoceronte, com olhos vermelhos como lava e presas que pareciam punhais.Estava olhando diretamente para mim.Ninguém se moveu exceto Annabeth, que gritou:– Percy, corra!Ela tentou se interpor entre mim e o cão, mas o bicho foi rápido demais. Pulou por cima dela – uma enorme sombra com dentes – e, assim que me atingiu, quando cambaleei para trás e senti as garras afiadas como navalhas rasgando minha armadura, houve uma cascata de sons de pancadas, como quarenta pedaços de papel sendo rasgados um após o outro. Um amontoado de flechas brotou no pescoço do cão. O monstro caiu morto aos meus pés.Por algum milagre eu ainda estava vivo. Não quis olhar embaixo das ruínas da minha armadura esfrangalhada. Meu peito parecia morno e molhado, e eu sabia que estava gravemente ferido. Mais um segundo e o monstro teria me transformado em quarenta e cinco quilos de carne fatiada.[...]Nós assistimos enquanto o cão infernal se dissolvia em sombra e era absorvido pela terra até desaparecer.– Você está ferido – disse-me Annabeth. – Rápido, Percy, entre na água.– Eu estou bem.– Não, você não está – disse ela. – Quíron, veja isto.Eu estava cansado demais para discutir. Voltei para dentro do regato, o acampamento inteiro reunido à minha volta.No mesmo instante me senti melhor. Pude perceber os cortes em meu peito se fechando.Alguns dos campistas sufocaram um grito.– Olhem, eu... eu não sei por quê – falei, tentando me desculpar. – Sinto muito.Mas eles não estavam olhando minhas feridas cicatrizarem. Olhavam para algo acima da minha cabeça.– Percy – disse Annabeth apontando. – Ahn...Quando olhei para cima, o sinal já estava desaparecendo, mas ainda pude distinguir o holograma de luz verde, girando e cintilando. Uma lança de três pontas: um tridente.– Seu pai – murmurou Annabeth. – Isso realmente não é bom.– Está determinado – anunciou Quíron.Por toda a minha volta, os campistas começaram a se ajoelhar, até mesmo o chalé de Ares, embora não parecessem muito felizes com isso.– Meu pai? – perguntei, completamente perplexo.– Poseidon – disse Quíron. – Senhor dos Terremotos. Portador das Tempestades. Pai dos Cavalos. Salve, Perseu Jackson, Filho do Deus do Mar.
 Pra finalizar, vou postar  um outro trecho que eu amei, quando Percy luta com o deus Ares. Existem muitas outras diferenças como o motivo pelo qual Luke rouba o raio, a luta entre Luke e Percy no edifício Empire State que não tem no livro e outras coisas que só lendo pra descobrir. Então segue o trecho da luta entre Percy e Ares:


[...]– Enfrente-me você mesmo, Ares.Ele riu, mas ouvi um pouco de tensão na sua risada... um certo constrangimento.– Você só tem um talento, garoto, que é fugir... Não tem coragem para me enfrentar.– Com medo?– Só nos seus sonhos de adolescente. – Mas seus óculos escuros estavam começando a derreter com o calor dos olhos. – Nada de envolvimento direto. Sinto muito, garoto. Você não está no meu nível.Annabeth disse:– Percy, corra!O javali gigante atacou. Mas eu já estava cansado de correr de monstros. Ou de Hades, ou de Ares, ou de qualquer um. Quando o javali investiu contra mim, eu destampei minha caneta e dei um passo para o lado. Contracorrente apareceu em minhas mãos. Dei um golpe para cima. A presa direita decepada do javali caiu aos meus pés, enquanto o animal desorientado investia contra o mar. Eu gritei:– Onda! Imediatamente uma onda surgiu do nada e engolfou o javali, enrolando-se nele como um cobertor. A besta guinchou uma vez, aterrorizada. E então se foi, engolida pelo mar.Voltei-me novamente para Ares.– Você vai lutar comigo agora? – perguntei. – Ou vai se esconder de novo atrás de um porquinho de estimação?A cara de Ares estava roxa de raiva.– Tome cuidado, garoto. Eu poderia transformá-lo em...– Uma barata – disse eu. – Ou uma lombriga. Sim, eu tenho certeza. Isso o salvaria de ter o seu divino couro chicoteado, não é mesmo?Chamas dançaram por cima dos seus óculos.– Ah, você realmente está pedindo para ser esmagado até virar uma poça de gordura.– Se eu perder, me transforme no que quiser. Fique com o raio. Se eu vencer, o elmo e o raio são meus, e você tem de ir embora.Ares me olhou com uma expressão de escárnio. Ele brandiu o bastão de beisebol que trazia ao ombro.– Como gostaria de ser esmagado: modo clássico ou moderno? – Eu lhe mostrei a minha espada. – Legal, menino morto – disse ele. – Modo clássico então. [...]– Percy – disse Annabeth. – Não faça isso. Ele é um deus.– Ele é um covarde – disse eu para ela.Ela engoliu em seco.– Use isto pelo menos. Para dar sorte. – Ela tirou o seu colar, com cinco anos de contas do acampamento e o anel do pai dela e colocou em volta do meu pescoço. – Reconciliação – disse ela. – Atena e Poseidon juntos. Meu rosto ficou um pouco quente, mas consegui sorrir.– Obrigado.– E pegue isto – disse Grover.Ele me entregou uma lata achatada que parecia estar no seu bolso há mil quilômetros.– Os sátiros lhe dão respaldo.– Grover... eu não sei o que dizer.Ele me deu uma palmadinha no ombro. Enfiei a lata no meu bolso de trás.– Vocês já se despediram? – Ares veio em minha direção, o comprido casaco de couro preto se arrastando atrás dele, a espada faiscando como fogo ao nascer do sol. – Eu venho lutando há uma eternidade, garoto. Minha força é ilimitada e eu não posso morrer. O que você tem?Um ego menor, pensei, mas não disse nada. Mantive os pés na arrebentação, recuando na água até os tornozelos. Pensei no que Annabeth havia dito no restaurante de Denver, tanto tempo atrás: Ares tem força. É tudo o que ele tem. Mesmo a força às vezes tem de se curvar à sabedoria.Ele desceu a espada, tentando rachar ao meio a minha cabeça, mas eu não estava lá. Meu corpo pensava por mim. A água pareceu me empurrar para o ar e eu me lancei para cima dele, golpeando para o lado com a espada ao descer. Mas Ares foi igualmente rápido. Torceu o corpo e o golpe que deveria tê-lo pego diretamente na espinha foi desviado para fora pela guarda da sua espada. Ele sorriu.– Nada mau, nada mau.Ele atacou de novo e fui forçado a pular para a terra seca. Tentei sair de lado, para voltar à água, mas Ares parecia saber o que eu queria. Ele foi mais habilidoso, me pressionando tanto que tive de me concentrar totalmente em não ser cortado em pedaços. Continuei recuando para longe da arrebentação. Não conseguia achar nenhuma abertura para atacar. O alcance da espada- dele era bem maior que o de Anaklusmos. [...] Avancei com uma estocada, mas Ares estava esperando por isso. Ele arrancou a espada das minhas mãos e me chutou no peito. Eu saí voando – cinco, talvez dez metros.Teria quebrado as costas se não tivesse desabado sobre a areia fofa de uma duna.– Percy! – gritou Annabeth. – Polícia![...]– Ali, guarda! – gritou alguém. – Está vendo?Uma voz brusca de policial:– Parece aquele garoto da tevê... que diabo...– Aquele cara está armado – disse outro policial. – Peça reforços.Rolei para o lado e a lâmina de Ares cortou a areia. Corri para a minha espada, peguei-a e desferi um golpe contra o rosto de Ares, apenas para ver a minha lâmina desviada de novo. Ares parecia saber exatamente o que eu ia fazer um momento antes. Recuei para a arrebentação, forçando-o a me seguir.– Admita, garoto – disse Ares. – Você está perdido. Estou só brincando com você.Meus sentidos estavam fazendo hora extra. Agora eu entendia o que Annabeth dissera sobre como o transtorno do déficit de atenção pode manter você vivo na batalha. Eu estava totalmente desperto, notando cada pequeno detalhe. Eu podia ver onde Ares estava se retesando. Podia dizer de que lado ia atacar. Ao mesmo tempo, tinha consciência de Annabeth e Grover, dez metros à minha esquerda. Vi uma segunda viatura parando, a sirene uivando. Espectadores, pessoas que perambula viam pelas ruas por causa do terremoto, começavam a se juntar.[...] A voz de um policial no megafone disse:– Larguem as espingardas! Coloquem na areia. Agora!Espingardas? Olhei para a arma de Ares, e ela parecia estar tremeluzindo; às vezes parecia uma espingarda, às vezes uma espada de duas mãos. Eu não sabia o que os seres humanos estavam vendo em minhas mãos, mas tinha certeza de que não os faria gostar de mim. Ares virou-se para olhar ferozmente para os nossos espectadores, o que me deu um momento para respirar. Havia cinco viaturas de polícia agora, e uma fileira de policiais abaixados atrás delas, com pistolas apontadas para nós.– Este é um assunto particular! – berrou Ares. – Vão embora![...]– Agora, heroizinho. Vamos acrescentar você ao churrasco.Ele golpeou. Eu desviei da lâmina. Cheguei perto o bastante para atacar, tentei enganá-lo com uma ginga, mas o meu golpe foi rechaçado. As ondas agora estavam me atingindo nas costas. Ares estava mergulhado até as coxas, avançando atrás de mim. Senti o ritmo do mar, as ondas ficando maiores enquanto a maré avançava, e de repente tive uma ideia. Ondas pequenas, pensei. E a água atrás de mim pareceu recuar. Eu estava segurando a maré com a força da minha vontade, mas a tensão se acumulava, como gás carbônico atrás de uma rolha. Ares avançou, sorrindo confiante. Eu abaixei a minha lâmina, como se estivesse exausto demais para prosseguir. Aguarde, eu disse para o mar. A pressão agora estava quase me levantando acima dos pés. Ares ergueu a espada. Eu liberei a maré e pulei, subindo como um rojão em uma onda, passando diretamente por cima de Ares. Uma parede de dois metros de água o atingiu em cheio no rosto, e ele ficou praguejando e cuspindo com a boca cheia de algas. Caí em pé atrás dele, espirrando água, e simulei um ataque em direção à cabeça dele, como já havia feito. Ele se virou a tempo de erguer a espada, mas dessa vez estava desorientado e não previu o truque. Mudei de direção, investi para o lado e mandei Contracorrente diretamente para baixo na água, enfiando a ponta no calcanhar do deus. O rugido que se seguiu fez o terremoto do Hades parecer um evento menor. O próprio mar explodiu para longe de Ares, deixando um círculo de areia molhada com quinze metros de diâmetro. Icor, o sangue dourado dos deuses, jorrou de um talho profundo na bota do deus. A expressão no seu rosto ia além do ódio. Era dor, choque, incredulidade total por ter sido ferido. Ele veio mancando na minha direção, resmungando antigas pragas gregas. Alguma coisa o deteve.Era como se uma nuvem tivesse encoberto o sol, mas pior. A luz foi sumindo. Sons e cores se extinguiram. Uma presença fria e pesada passou sobre a praia, retardando o tempo, diminuindo a temperatura até o congelamento, e fazendo-me sentir que a vida não valia a pena, que lutar era inútil. As trevas se dissiparam. Ares parecia aturdido. As viaturas da polícia ardiam atrás de nós. A multidão de espectadores fugira. Annabeth e Grover estavam plantados na praia, em choque, observando a água se derramar de volta em torno dos pés de Ares, e o seu luminescente icor dourado se diluindo na maré. Ares abaixou a espada.– Você fez um inimigo, filhote de deus – disse-me ele. – Você selou o seu destino. A cada vez que erguer a sua lâmina em batalha, a cada vez que você esperar sucesso, sentirá a minha maldição. Cuidado, Perseu Jackson. Cuidado.



4 comentários:

  1. Esse livro é realmente muito bom mesmo.A saga é bem fascinante,embora eu ainda esteja no terceiro livro.
    Amei demais o seu blog,vou visita-lo sempre :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu estou no quinto livro e não consigo parar de ler. Obg, e pode voltar sempre que quiser. :D

      Excluir
  2. Olá!! Adoro o filme e todos os livros, embora os livros sejam muito melhores!! Estou lendo agora a Marca de Atena, que é como se fosse o oitavo livro!! gostei muito do blog e já te adicionei a lista de parceiros!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. De maneira geral eu sempre prefiro os livros ao invés de filmes.
      Obrigada pela parceria!

      Excluir

 
Layout feito por Ad�lia S� | N�o retire os cr�ditos